quinta-feira, 29 de março de 2012

Lilith, a rainha do inferno


   Lilith é, segundo algumas interpretações, a primeira mulher de Adão, a primeira mulher criada por Deus e que antecedeu Eva. 

   Contudo, ao contrário de Eva, que foi criada a partir da costela de Adão e que por isso lhe era obediente, Lilith foi gerada em pé de igualdade com Adão, e por isso revelava traços de grande independência, o que desagradou ao seu esposo humano. 

   Lilith era também livre e lasciva, sendo que se recusava a sujeitar-se sexualmente a Adão, ou sequer submeter-se à sua suposta superioridade, (Lilith, inclusive, recusava-se a ficar debaixo de Adão durante o coito, sendo que Adão não aceitava essa posição de inferioridade do macho), o que muito desagradava ao primeiro homem.

   No primeiro capítulo do Livro de Gênesis, versículo 27, está escrito que: "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher." porém no segundo capítulo versículo 18: "O Senhor Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada." e é apenas no versículo 22 do segundo capítulo que Eva é criada: "E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem.". É possível que no primeiro capítulo a mulher criada seja Lilith.

   Por assim ser, Lilith abandonou o Paraíso e fugiu para o Mar Vermelho, onde conheceu e manteve relações com diversos demônios. Ao perceber que a sua esposa tinha fugido, Adão queixou-se chorosamente a Deus. Deus ouviu os lamentos de Adão, e assim enviou 3 dos seus anjos para ir buscar Lilith e fazê-la regressar para junto do seu esposo. Lilith foi abordada pelos 3 anjos que a foram buscar, a quem maliciosamente respondeu que já não poderia regressar ao paraíso para viver na companhia do marido, pois já se tinha desgraçado nas suas prostituições com os demônios e não era digna do esposo. A resposta fazia sentido, e o fato assim permaneceu consumado. Lilith continuou assim a viver na companhia dos demônios, prostituindo-se com eles e dando origem a filhos igualmente demoníacos. Adão ficou só, e Deus achou que isso não era bom, sendo que criou uma segunda mulher: Eva. Eva foi também ela seduzida por Lúcifer, e dessa relação nasceu Caim.

   Certas mitologias dizem que o motivo que levou Lilith a abandonar o paraíso foi não só a sua recusa em submeter-se a Adão, mas também a sua incontrolável luxúria. Foi a lascívia que a levou a entregar-se a Lúcifer, com quem conheceu o prazer que não conseguia ter com Adão. Em troca das relações sexuais, Lúcifer concedeu a Lilith sabedoria mística e magica. Foi essa sabedoria esotérica, ( a magia negra), que deu a Lilith os meios para fugir do Paraíso e consumar a sua magia negra, através da prostituição com os demónios. Lilith foi por isso a primeira bruxa na história da humanidade. Ao contrário de Eva que morreu como qualquer ser humano, Lilith tornou-se consorte de Lúcifer, e metamorfoseou-se num demónio. 

   Lilith é um demónio succubus, que ataca os homens á noite e cavalgando sobre o corpo da sua vítima, lhes suga a alma através do contato carnal.

   A história de Lilith pode ter sido retirada da Bíblia durante algum dos Concílios de Trento, a interesse da Igreja Católica, para reforçar o papel das mulheres como devendo ser submissas, e não iguais, ao homem. Porém muitas pinturas e esculturas a retratam como a serpente que tentou Eva a comer o pomo do conhecimento.

   Segundo a etimologia judaica vulgar, o nome Lilith deriva de «Layil», que significa «noite». O mesmo nome, de acordo com as tradições assírio -babilónicas, significa «demónio feminino» ou «espírito dos ventos».
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Leia também:

* Azazel, O Deus-Bode
* Astaroth, O Grão Duque do Inferno
* Belial, O Antecessor de Miguel


quinta-feira, 22 de março de 2012

A Biblioteca de Nag Hammadi

   Nag Hammadi é uma aldeia no Egito, conhecida como Chenoboskion na antiguidade, cerca de 225 km ao noroeste de Assuan, com aproximadamente 30000 habitantes. É uma região camponesa onde produtos como o açúcar e o alumínio são produzidos. Nesta aldeia, o camponês Muhammad Ali as-Salmman, encontrou um grande pote vermelho de cerâmica, contendo 13 livros de papiro encadernados em couro. 

   No total descobriram cinquenta e dois textos naquele sítio que ficaram conhecidos como biblioteca de Nag Hammadi, contendo textos do antigo gnosticismo, além de incluírem também três trabalhos pertencentes à Corpus Hermeticum e tradução/alteração parcial de A República de Platão. Na introdução de sua obra The Nag Hammadi Library in English, James M. Robinson sugere que estes códices podem ter pertencido ao monastério de São Pacômio localizado nas redondezas e foram enterrados após o bispo Atanásio de Alexandria ter condenado o uso não crítico de versões não canônicas dos testamentos em suas Cartas Festivas de 367 d.C


   Os textos nos códices estão escritos em copta, embora todos os trabalhos sejam traduções do grego. O mais conhecido trabalho é provavelmente o Evangelho de Tomé, cujo único texto completo está na Biblioteca de Nag Hammadi.

Atualmente, todos os códices estão preservados no Museu Copta no Cairo, Egito.

Principais Textos da Biblioteca
:

Codex I (Codex Jung)
 

•    Prece do apóstolo Paulo
•    Apócrifo de Tiago
•    O evangelho da verdade
•    Tratado sobre a ressurreição
•    Tratado tripartite

Codex II


•    Apócrifo de João (versão longa)
•    Evangelho de Tomé
•    Evangelho de Filipe
•    Hipostasia dos arcontes
•    Sobre a origem do mundo
•    Exegese da alma
•    O livro de Tomé, o combatedor

Codex III


•    Apócrifo de João (versão curta)

•    Evangelho dos egípcios
•    Eugnossos, o abençoado
•    A sofia de Jesus Cristo
•    Diálogo do salvador

Codex V


•    Apocalipse de Paulo

•    Apocalipse de Tiago (I e II)
•    Apocalipse de Adão

Codex VI


•    Atos de Pedro e os 12 apóstolos

•    O trovão, mente perfeita
•    Ensimanteo autorizado
•    O conceito de nosso grande poder
•    Platão, República
•    Discurso sobre o oitavo e o nono
•    Prece de ação de graças
•    Asclépio

Codex VII


•    Paráfrase de Shem

•    Segundo tratado do grande Seth
•    Apocalipse de Pedro
•    Os ensinamentos de Silvano
•    As três estelas de Seth

Codex VIII


•    Zostrianos

•    Carta de Pedro a Felipe
•    Codex IX
•    Melquisedeque
•    O pensamento de Norea
•    Testemunho da verdade

Codex X


•    Marsanes


Codex XI


•    Interpretação do conhecimento

•    Exposição valentiniana
•    Alógenes
•    Hypsiphrone

Codex XII


•    Sentenças de Sexto

•    Fragmentos

Codex XIII


•    Protenóia trimórfica
•    Sobre a origem do mundo

quarta-feira, 21 de março de 2012

Belial, o antecessor de Miguel


   O sexagésimo oitavo espírito descrito na Ars Goetia. É um poderoso rei do inferno, comandante de Sheol (região infernal), foi criado junto com Lúcifer. Ele aparece na forma de dois anjos formosos que se sentam em uma carruagem do fogo. Fala com uma voz graciosa, e logo declara que caiu indignamente, e que ocupava o posto que pertencia a Miguel, e outros anjos do Éden. Sua função é distribuir cargos elevados e causar o favor dos amigos e inimigos. Ele concede espíritos familiares excelentes e reina sobre 80 legiões. Também é responsável pela luxúria, e foi por sua causa que as cidades de Sodoma e Gomorra caíram em tentação.


   É provavelmente o mais importante demônio na Terra, que comandava as forças da escuridão contra os "filhos da luz" que serviam Satã.

   Antes da sua queda, Belial  era o anjo da virtude, e no reino de Deus ocupava o supremo lugar hierárquico que após sua queda o arcanjo Miguel veio a assumir. 


   Antes da revolta contra Deus, Belial era o primeiro arcanjo da criação na hierarquia celestial, seguindo-se depois dele e em segundo lugar o arcanjo Miguel, depois Gabriel em terceiro, seguido de Uriel em quarto e Rafael em quinto. A sua expulsão do reino de Deus consolidou a hierarquia angélica tal como a conhecemos hoje em dia. 


   Na demonologia cristã, Belial é descrito como pertencente da categoria de anjos da vingança e anjos destruidores que estavam ao serviço de Deus, e atualmente é um demônio destruidor de tudo: casamentos, negócios, saúde e da felicidade em geral.


   A etimologia para seu nome é incerta. Alguns estudiosos verteram diretamente do hebreu como "sem valor" (Beli yo'il), enquanto outros traduziram como "não escravizado" (Beli ol), "O que não tem derrotas" (Belial) ou "nunca vencido" (Beli ya'al). Apenas alguns poucos etimologistas assumiram essas transcrições literais como origem de suas pesquisas.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Astaroth, o Grão Duque do Inferno


   O vigésimo nono espírito descrito na Ars Goetia.
Segundo alguns autores de demonologia, Astaroth é um grão duque do Inferno, sendo Satanás o imperador; seus principais ajudantes são três demônios chamados Aamon, Pruslas e Barbatos. No Dicionário Infernal, Astaroth é representado como um homem desnudo com asas, mãos e pés de dragão e um segundo par de asas com plumas abaixo do principal, levando uma coroa, segurando uma serpente com uma mão e cavalgando sobre um lobo ou um cachorro.


   Conhece todos os segredos da Criação e responde questões sobre o passado, presente e futuro. Pode fazer os homens sábios em todas as ciências liberais. Reina sobre 40 legiões de espíritos.
De acordo com Sebastian Michaelis é um demônio de primeira hierarquia que seduz por meio da beleza, da vaidade, filosofías racionalistas de ver o mundo e seu adversário é São Bartolomeu, que pode proteger contra ele porque venceu as tentações de Astaroth.


   Seu nome têm origem no hebraico, que significa "Multidão", "Assembléia", "Rebanho". Poderoso, mas desaventurado, afirmam ter sido condenado injustamente à sua situação. Patrono dos banqueiros e homens de negócios. Representa a ganância e a confirmação da posse. Ele também governa as paixões por jogo à dinheiro; mesmo sendo de personalidade extremamente possesiva, ele nunca irá roubar, dando preferencias, a pactos e ao comércio. Citado algumas vezes na Bíblia, como em II Reis 23:13, onde na versão NVI é citado como "a detestável deusa dos sidônios"