quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Lenda Hopi

   Os hopis são uma nação indígena dos Estados Unidos da América, que vivem principalmente na Reserva Hopi, no noroeste do estado de Arizona. Seus costumes e tradições se adentram no mais profundo da pré-história, mas não em sua atual localização, senão em um longínquo território que os hopis chamavam "Kasskara", e que foi vítima de guerras e cataclismos que esteve a ponto de exterminar a toda sua raça. 

   De acordo com a tradição hopi, a história da humanidade está dividida em períodos que eles denominam mundos, os quais estão separados entre si por terríveis catástrofes naturais: o primeiro mundo sucumbiu pelo fogo, o segundo pelo gelo e o terceiro pela água. Nosso atual mundo, que é o quarto segundo suas profecias, está chegando a seu fim, e dará lugar a um novo mundo em um futuro não muito longínquo. Ao todo, a humanidade deverá percorrer sete períodos. 

   Os índios hopis afirmam que seus antepassados foram visitados por seres procedentes das estrelas que se deslocavam em escudos volantes ou pássaros tronantes e dominavam a arte de cortar e transportar enormes blocos de pedra, bem como de construir túneis e instalações subterrâneas. Estes salvadores eram os "katchinas", que significa "sábios, ilustres e respeitados". 

   Os katchinas conseguiram pôr a salvo a seu povo de um destes cataclismos, e deles aprenderam a observar as estrelas, cortar raízes, aplicar leis e uma longa lista mais de atividades. Multiplicaram-se como povo, e deles surgiram novos clãs e nações que se estenderam por toda América. Os katchinas ajudaram aos eleitos a transladar-se a novas terras. Este fato marcou o fim do terceiro mundo e o começo do quarto. A população, de acordo com a lembrança tradicional dos hopis, chegou à nova terra por caminhos diferentes: os selecionados para percorrê-la, inspecioná-la e prepará-la, foram levados ali por ar, a bordo dos escudos dos katchinas. O grande resto da população teve que salvar a enorme distância a bordo de barcas. 

   É preciso esclarecer que, desde o primeiro mundo, os humanos estavam em contato com os katchinas. Tratava-se de seres visíveis, de aparência humana, que nunca foram tomados por deuses senão somente como seres com conhecimentos e potencial superiores aos do ser humano. Eram capazes de transladar pelo ar a grandes velocidades, e de aterrissar em qualquer lugar. Dado que tratava-se de seres corpóreos, precisavam para estas deslocações uns artefatos voadores que recebiam diversos nomes. Hoje em dia os katchinas já não existem na terra. Em um dia os katchinas deixaram-lhes, regressaram às estrelas e os povos esqueceram os ensinos de seus mestres. 

   Os hopis, como fiéis seguidores das tradições de seus antecessores, continuam esperando o regresso de seus mestres para quando termine o mundo atual. À espera deste ansiado regresso, os hopis têm vindo fabricando rigorosamente com o mesmo desenho, geração depois de geração, umas máscaras e bonecos que, igual seus mestres, chamam-se katchinas. Estes bonecos portam estranhas indumentárias e capacetes, bem como representações de animais com uma forte conotação simbólica, para ressaltar o caráter individual dos verdadeiros katchinas ou mestres a quem representam. Também estes bonecos são a forma idónea de que os meninos joguem, não se assustem e reconheçam aos katchinas quando estes regressem de novo. Segundo os hopis, os primeiros sinais proféticos para que isto se suceda já estão aparecendo. 
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