quinta-feira, 2 de abril de 2009

AMORC - Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz


A Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC) é uma organização fraternal de caráter rosacruz fundada em 1915 por Harvey Spencer Lewis, está formada por homens e mulheres que se dedicam à investigação, estudo e aplicação prática de ensinos esotéricos. Os membros da Ordem recebem o nome de estudantes e recebem monografías semanais para estudar em seu lar, preferencialmente as quintas-feiras.

Segundo a própria ordem rosacruz AMORC, o propósito da organização é a de proporcionar os meios para que todos vivam em harmonia com as forças cósmicas criativas e construtivas para que consigam obter a saúde, a felicidade e a paz.

A história da Ordem Rosacruz pode classificar-se em tradicional (ou mítica) e cronológica (ou propriamente histórica). Segundo as declarações de Harvey Spencer Lewis, a Ordem Rosacruz ter-se-ia fundado (segundo a tradição) no Egito pelo faraó Akenatón. Segundo AMORC o movimento místico, o que se convertesse depois em Rosacrucismo, teve suas raízes nas tradições das Antigas Escolas dos Mistérios, a filosofia e os mitos do antigo Egito, para o ano 1500 A.C., aproximadamente. Não obstante, a presença do rosacrucismo no antigo Egipto é um mito romântico incompatible com a realidade histórica.

Desde um ponto de vista imparcial e cronológico, fica claro que a tradição rosacruz começa no século XVII com os primeiros manifestos rosacruces da Europa, a Fama Fraternitatis e a Confessio Fraternitatis.

Segundo Spencer Lewis, em 1909 visitou a França em procura de vestígios do movimento rosacruz e pôde comunicar-se com uma velha linhagem da escola em Toulouse, França, que o iniciou nos mistérios da Ordem e lhe encomendou que re-fundasse a organização nos Estados Unidos.

Em 1915, seis anos depois que Max Heindel fundou a Fraternidade Rosacruz, Spencer Lewis iniciou o rosacrucismo egípcio na América, primeiro em Nova York, se transladando depois a Tampa e finalmente a San José (Califórnia), onde estabeleceu a sede mundial.

Segundo as declarações de Harvey Spencer Lewis, a Ordem Rosacruz funciona por ciclos de atividade de 108 anos, seguidos de um período inativo de igual duração. Segundo este cálculo tradicional, a Ordem Rosacruz AMORC deverá fechar suas atividades no ano 2017, tendo em conta 1909 como ano de fundação. No entanto, à medida que a data acerca-se, as autoridades de AMORC têm tentado subestimar o ciclo, afirmando que na atualidade não há mais necessidade de trabalhar com ditos períodos de silêncio.

Em certas teses relativas à história rosacruz, cita-se a uma personagem cujo nome é "Christian Rosenkreutz" (1378-1484) e que se mostra como fundador da Ordem da Rosa-Cruz. Segundo AMORC, este dado não é exato pois a Ordem teria sido fundada muito dantes mas funcionava por ciclos de atividade de 108 anos, seguidos de um período inativo de igual duração. Segundo esta postura (que não está sustentada pelas outras organizações rosacruces da atualidade), quando chegava o momento de proceder a seu resurgimento, se tomavam as disposições necessárias para anunciar a abertura de uma "tumba" na que se encontrava o "corpo" de um "Grande Maestro C.R.C." com jóias raras e manuscritos que habilitavam aos autores da descoberta a proceder a sua acordar para um novo ciclo de atividade. Este anúncio era alegórico e as inicia-lhes "C.R.C." não designavam a uma pessoa que existisse realmente. No século XVII, a Ordem atingiu sua mais alta reputação a partir da publicação e da ampla difusão de três Manifestos impressos na Alemanha e atribuídos a Johann Valentinus Andreae (1586-1654): a "Confessio Fraternitatis", "A Fama Fraternitatis" e de "Os Casamentos Químicos de Christian Rosenkreutz", que datam respectivamente de 1614, 1615 e 1616. Segundo a Ordem AMORC, estes três Manifiestos nos que se misturam os textos históricos e alegóricos, teriam sido redigidos por um Colégio de Rosacruces marcando o começo de um novo ciclo de atividade da Ordem, quem a partir desse momento, se deu a conhecer publicamente baixo o nome de Ordem da Rosa-Cruz".

Em 1693, baixo a direção do Grande Mestre Johannes Kelpius (1673-1708), rosacruces de todos os países da Europa embarcaram para o Novo Mundo a bordo do "Sarah María". A princípios de 1694, desembarcaram em Filadelfia onde se estabeleceram. Alguns anos mais tarde, alguns se deslocaram para o Oeste de Pensilvania e fundaram uma nova colônia. Após ter criado sua própria imprensa, editaram um grande número de obras da literatura mística e introduziram na América os ensinos da Rosa-Cruz. Baixo o impulso destes rosacruces europeus nasceram também numerosas instituições americanas e o mundo das artes e das ciências conheceu um progresso sem precedentes nos Estados Unidos. Personagens eminentes como Benjamín Franklin (1706-1790) e Thomas Jefferson (1743-1826) teriam estado em estreito contacto com a obra rosacruz deste país.

Segundo Reuben Swinburne Clymer, a ordem sucessora destes grupos rosacruces na América é a Rosicrucian Fraternity in America e não a Ordem AMORC, e documentou este fato em um volumoso livro titulado Rosicrucian Fraternity in America.

A principal figura da Ordem Rosacruz AMORC é o Imperador, que é quem guia os destinos da organização. O primeiro Imperador do novo ciclo foi Harvey Spencer Lewis, a quem sucedeu-lhe no cargo seu filho, Ralph Maxwell Lewis. Posteriormente, Lewis nomeou a Gary Stewart como Imperador, mas em circunstâncias pouco claras foi destituído em 1991 e nomeou em seu lugar o francês Christian Bernard, atual líder do grupo.

Gary Stewart continuou com seu labor rosacruz fora da AMORC, fundando a Confraternidade da Rosa cruz (Confraternity of the Rose Cross) que afirma que a natureza da moderna Ordem AMORC tem traído o legado de Harvey Spencer Lewis.

Outro agrupamento que surgiu como consequência deste cisma é a Ancient Rosae Crucis, com sede em Texas, Estados Unidos.

Ainda que o rosacrucismo tenha sido vinculado tradicionalmente a Europa e às correntes de esoterismo ocidental, a AMORC reclama uma vinculacão com os Mestres do Tibet. Neste sentido relaciona ao Mestre teosófico Kout-Houmi Lal Singh com a Ordem e revela que é o Hierofante da Rosacruz, contrariamente às outras organizações rosacruces que assinalam ao Príncipe Racokzy (Conde de Saint Germain).

Para avaliar esta relação com o Tibet, Harvey Spencer Lewis apresentou um livreto titulado "Em vós confio" (Unto Thee I Grant) comentado por Sri Ramatherio, que contém uma série de lições morais. Não obstante, os orientalistas têm assinalado que este livro não é autêntico e que o conteúdo do mesmo concorda mais com a cultura ocidental de princípios do século XX do que com os monges tibetanos anteriores ao século XVIII. Seja como seja, é interessante a influência deste livro em alguns grupos islâmicos de afro-americanos (Moorish Science Tempere) em meados dos anos 20.

Um dos documentos rosacruces mais conhecidos é a Carta Constitutiva da Logia Branca, apresentada em 1920 por Harvey Spencer Lewis e que tem sido criticada por Robert Vanloo, assinalando que a carta está escrita em inglês e possui vários símbolos hebreus, mas "nenhum símbolo ou letra tibetano".


Um comentário:

  1. Sr. Evans,
    Mais uma vez, gostaria de fazer constar retórica adenda ao vosso artigo para a informação referente à Fraternidade Rosacruz.
    A antiga Fraternidade Rosacruz consistia de seres altamente espiritualizados, puros e que possuíam uma incomensurável sabedoria em relação aos demais. Eram tidos como alquimistas, médicos e matemáticos. Doze indivíduos no século XIV, foram orientados por um ser conhecido como "Cristão Rosacruz", outrora referido nesta como "Christian Rosenkreutz". Esses seres trabalhavam secretamente e formaram uma fraternidade conhecida como "Ordem Rosacruz". Os conhecimentos de tal ordem foram ministrados a apenas alguns sábios, sendo que nada foi revelado até o ano de 1614, quando um pequeno panfleto escrito em alemão circulou entre aqueles que estavam aptos a receber esses ensinamentos. Essa sociedade secreta ainda existe e ainda trabalha com e para a elevação da humanidade. Somente aqueles que possuem um amplo conhecimento espiritual é que são admitidos como membros no movimento Rosacruz e esses "médicos da alma" podem ser encontrados entre aqueles que estão no controle deste grande movimento, estando intimamente ligados com a evolução do mundo. Esses irmãos nunca se tornaram conhecidos e trabalham de forma incansável e abnegadamente pelo bem da humanidade. Em 1908, Max Heindel que era de origem dinamarquesa, foi escolhido como o mensageiro dos Irmãos Maiores, para transmitir os ensinamentos Rosacruzes ao Ocidente. Passado um determinado tempo e estando ainda tais ensinamentos sob a sua responsabilidade, foi instruído a retornar à América e revelar ao público tais ensinamentos, os quais até então eram secretos. Nessa época, a humanidade tinha alcançado o estágio mais avançado da religião cristã, quando os mistérios (que Cristo menciona em Mateus 13:11 e Lucas em 8:10) tinham que ser ministrados a muitos e não apenas para alguns.
    Quando Max Heindel chegou na América, ele publicou esses elevados conhecimentos em sua obra "O Conceito Rosacruz do Cosmos" que foi traduzido em diversas línguas e continua a ser editado em várias partes do mundo. Também estabeleceu a Fraternidade Rosacruz como sendo a Escola Preparatória para a Ordem Rosacruz, na Sede Mundial em Monte Ecclesia Oceanside - Califórnia. Enfatiza-se que a Fraternidade não tem nenhuma ligação com qualquer outra organização, mesmo que esta utilize a palavra "Rosacruz".
    Mui cordialmente,

    "Que as Rosas floreçam em vossa Cruz"

    Ricardo

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